quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Valores.

É interessante notar como algumas pessoas possuem valores diferentes dos nossos. Neste caso entenda por nossos os meus.

Para alguns o que realmente importa não é o que está sendo feito, mas o que as pessoas pensam que estamos fazendo.

Eu francamente tenho meus critérios para preservar minha intimidade mas francamente não sou adepta de falsos moralismos.

Penso em passar para minha filha o exato conceito de quem sou, a ideia de que sou uma mulher com sentimentos, assim como ela, que sofro decepções assim como ela, e que o meu valor quem estipula sou eu, assim como ela.

Ao terminar um relacionamento há alguns meses atrás me vi confrontada com isto.
Ouvir conselhos do tipo: Saia com quem quiser, desde que ninguém fique sabendo.
Como assim?
Não consigo acreditar nestes critérios.
Eu ainda carrego a ilusão de que devo partilhar com minha filha, minha história, por mais que não seja a história que eu gostaria de ter escrito.

Nenhuma moça sonha em ser mãe solteira aos 20 anos e divorciada aos 32.
eu não preciso que me contem minha história.
Eu a conheço muito bem pois foi com o rosto erguido que eu a vivi.
Esta é a minha história, história que assumi integralmente e da qual não me envergonho.

Estou disposta a reconstruir minha história e para isto preciso recomeçar.

E recomeçar exige coragem e desprendimento, e mais que isto gera enganos, mas pago o preço dos meus enganos sem jamais ter creditado na conta de outros nenhum deles.
Assumo minhas verdades e meus enganos.
Pago o preço pra ser dona da minha vida e não posso me envergonhar dela.
Não posso mascarar minha história simplesmente por não conseguir entender o motivo pelo qual deva fazer isto.

Minha filha precisa ser capaz de ver em mim alguém além de uma mãe.
Quero que olhe para mim e veja uma mulher em todas minhas virtudes e fraquezas.
O meu valor não pode ser ditado pelas pessoas que passaram por minha vida e principalmente não pode ser ditado pelo que as pessoas pensam sobre isto.

O meu valor como mãe e como mulher precisa estar acima disto.
Eu não posso e não vou viver de aparências.
Já bebi desta água e tenho nojo dela.

Eu sei quem eu sou. E não aceito que me rotulem.
O meu rótulo quem coloca sou eu.
Pago o preço de assumir minha vida e francamente não vejo motivo para fazer diferente.
Valores são valores: cada um tem o seu...
Eu vivo de acordo com os meus. E fim.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

...sem eu saber sequer...

...Só me resta a frase do poeta pra descrever-te em mim:

“Porque já eras meu sem eu saber sequer...”

...sim, é assim que chegaste,
sendo meu sem que eu sequer soubesse...
Porque me olhaste e neste olhar primeiro me elegeu pra ser sua,
Porque seu riso invadiu o meu mundo, tirou as letras do lugar,
Virou-me do avesso, menino travesso.

não pude deixar-te partir...
Ah, bem que tentei recusar, disfarçar, recuar...
mas, como deixar-te ir sem colocar-me inteira em ti?
Como deixar pra depois a vontade do agora e do mais?
Como esconder este riso, que me toma inteira quando me perco no som de sua voz?
E teus olhos que devoram os meus, tua boca que nasceu pra ser minha, e suas mãos que se entrelaçam e fazem parte de mim?
Não, eu não pude deixar pra depois...
Esconder de quem se sua vontade é a minha, se meus planos são os teus, se nosso caminhos se misturam?
Nossos caminhos tem o cheiro de terra molhada, tem cheiro de capim gordura, nossos caminhos são os mesmos,
nossas vontades as mesmas, nossa boca uma só,
nossos sonhos um do outro.

...e assim como disse o poeta, “tu me chegaste sem me dizer que vinhas”...
...agora fiques, faça morada em mim, construa seus castelos junto dos meus, misture tua terra com a minha, tua musica com a minha, tua pele em mim...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dia Da Secretária.

Ontem quando sai do trabalho deparei-me com uma moça carregando um lindo buquê de rosas vermelhas... Lindas como se fossem feitas de veludo.

Um capetinha de plantão logo balançou seu tridente aos meus ouvidos dizendo: “Nossa o que faz uma mulher para ganhar um buquê tão lindo?”
Meu anjo, sempre disposto a intervir logo sacudiu sua harpa gritando: “Não, o segredo não é o que a mulher é ou faz. O problema é que você tem estado com os homens errados.”

...E nesta pendenga entre os valores e motivos logo trombo com outra jovem com flores nas mãos, e outra, e mais outra...
Comecei a achar que ai já era desaforo, aquele monte de mulheres recebendo flores...

Ah, salva pela lembrança: Ufa, é dia da secretária! De novo meu anjo arrebentou na sua função de manter em dia minha auto-estima.

...o fato é que cheguei na faculdade com as tais rosas de veludo brilhando nos meus olhos, partilhando o fato com algumas colegas logo colhi diversos comentários sobre o quanto gostamos de um lindo buquê de rosas.
Uma mencionou que seu marido já lhe deu uma orquídea plantada, caríssima, mas tudo que ela queria era um buquê de rosas.
O marido alega que as rosas logo morrem...
Eureca! É isto!
É exatamente isto!
Receber um buquê de rosas significa que o homem é capaz de rasgar dinheiro por você.
Ele gasta em algo que certamente morrerá, etéreo e lindo, talvez como será a paixão, mas o buquê tem algo que faz sentir o homem rendido diante de nós.

Gosto de flores em vasos, mas um homem te esperando com um buquê nas mãos é algo que nos comove talvez por sermos seres etéreos como rosas colhidas.

...o fato é que alcançamos a independência, somos plenas, dinâmicas, múltiplas, versáteis, únicas e absurdamente capazes, mas ainda nos desmontamos diante de um homem carregando um buquê de rosas.

E viva o Dia da Secretária!

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