sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Desde sempre.

Ele sorriu.
Era uma tarde fria e o sol conversava com eles.
Lá estava ela.
Mal podia esperar por este reencontro.
Por tantos anos haviam se perdido, construído suas histórias um longe do outro.
Mas jamais haviam se esquecido.

Amigos desde sempre, guardava no peito as lembranças daquela menina, quase moleque com quem dividiu parte de sua vida através dos tempos.
E ela jamais esquecera o cheiro que ele tinha.

Sentaram-se às margens da represa e de início só se olharam.
Durante muito tempo combinaram aquele momento.
Mas a vida cuidara de os manter distantes, construindo suas histórias.
E agora estavam ali. Podiam enfim se sentir, devorar-se com os olhos.
Ela sentou-se de frente para ele, com as pernas cruzadas, usava uma saia longa, macia que lhe permitia os movimentos.
Estendeu os braços e tocou-lhe o rosto.
Ele agarrou sua mão e levou aos lábios. beijou sua mão, seus dedos, e a manteve entre as suas.
Começaram então a recapitular suas vidas, contando primeiro rapidamente, misturando datas e lugares; depois pausadamente; o que acontecera a um e a outro ao longo de suas vidas, todas elas.

Mudavam de posição a todo tempo, mas nunca deixavam de se tocar.
O toque era parte do encontro.Sempre havia o contato, com calor e carinho, suas mãos, suas pernas, seus braços sempre estavam enroscados.
Agora ele estava deitado no colo dela, enquanto seus dedos brincavam com os cabelos dele, ele contava-lhe seus projetos futuros, os sonhos que o levavam pra outros caminhos que não os dela. Mas ela não se importava pois sabia que sempre se reencontravam e neste momento um era do outro.

A mão dela vez ou outra escorregava e ela alisava seu peito quente, e sentia sua respiração mudar.
Nestas horas tirava rapidamente a mão pois havia entre eles um tácito acordo...

A noite caiu sem que se apercebessem, já haviam consumido o vinho que ele trouxera e a brisa da noite, com o ligeiro torpor do álcool fez com que ela quisesse agora o colo dele.
Deitou se olhando-o nos olhos e enquanto sentia o cheiro dele misturar com a noite lhe contou de sua vida.. Contou-lhe que era feliz, que amava e era amada, contou-lhe dos seus planos, e que seus planos a levavam pra longe dele, e ele não se importou, pois também sabia que desde sempre se reencontrariam...

As mãos dele hora lhe acariciavam os cabelos, hora desciam pelos braços.
Os olhos dele se perdiam nos dela, e vez ou outra escorregava pelo decote generoso de sua camiseta...via-se o contorno de seus seios...eram pequenos e por um segundo ele pensou que caberia em sua boca. Desviou o pensamento pois havia o acordo.



Mas não pode resistir ao apelo da curva de seu pescoço que pedia para ser beijada.

Antes que ela terminasse uma frase ele suspendeu o corpo dela em direção ao seu e lhe beijou o pescoço. Sugou-lhe o perfume, e deixou que sua boca entreaberta sentisse o seu gosto. Pode sentir seu corpo arrepiar-se em direção ao dela, e quando se afastou viu fogo nos seus olhos.

Ela levantou-se sorrindo e correndo como criança foi em direção a represa.
Molhou os pés, a barra da saia, a saia toda, deixou a água molhar todo seu corpo, e o tecido fino deixou como nua.
E assim, molhada, voltou para perto dele.

Antes que algo fosse dito, abraçaram-se...

Ele acordou.
Seu corpo aos poucos tomou consciência e que estava sozinho em sua cama e mais uma vez sonhara com ela.
Mais uma vez relembrava aquele fim aquele fim de tarde,que em forma de sonho vinha ao seu encontro costumeiramente.

Fechou os olhos e tentou voltar ao sonho a fim de viver o resto daquela noite que jamais seria apagada de suas lembranças.

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