quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Teu corpo no meu tédio.

Tédio total.
Tédio de uma primavera fria, pior: morna.

Nesta hora quem sabe seus beijos mudassem isto...você que fica rindo de longe, que os pensamentos eu não descubro.

Numa tarde assim morna, me encontraria por acaso e também por acaso nos olharíamos diferente do que nos outros dias.

A mão fria na minha pele quente e quente ficaria todo o corpo.
Esta coisa de pele na pele e seu cheiro bom invadindo meu raciocínio.

...nesta hora tudo fica pra depois e pra que preocupar se o depois nunca chega.

Vem, me tira deste abismo tolo, canta pra mim o ritmo que quer que meu corpo tenha.
Deixa-me movimentar nossa tarde, deixa eu desfilar pra sua imaginação.
Vira-me do avesso, me põe do jeito que quer. E olha. E canta. E toca. E vibra.
E beija.

Faz deste tédio tarde escaldante.
Põe teu corpo no lugar deste tédio, dentro de mim.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Não me importa em quem você votou. Mas me importa que você saiba.

Ontem meu dia foi uma aventura e desta aventura brotou no meu peito uma semente de militância não partidária.

Há alguns meses conversei com o Fernando Amaral(http://quodores.blogspot.com/), sobre a necessidade que tenho de buscar minha consciência política.

Sou como esta grande massa que não sabe ao certo o que cada cargo representa no exercício da democracia.
E esta “cegueira” começa a me incomodar.
Há um germe dentro de mim que me incomoda e diz que preciso fazer algo.

Quando conversei com ele mencionei a intenção de me filiar a um partido e que estava amadurecendo esta idéia no meu peito e na minha mente.

Todavia ontem eu pude perceber que minha militância não pode ser partidária.

Neste momento preciso urgentemente estudar a respeito da história da democracia em nosso país.
Preciso entender esta salada toda que ferra a cabeça do pobre que quando vota em personagens controversos como a comentada candidatura do “Tiririca” não sabe o que há nos bastidores e que ele leva consigo mais 04 do seu partido. Se este partido representa os interesses deste eleitor tudo bem, mas e se não???

Eu voto em São Paulo, meu namorado apesar de morar há onze anos em São Paulo não abre mão de votar em Careaçu, sul de Minas Gerais.

Votei as 8h30 em Guaianases e de lá seguimos rumo a Rodoviária Tiete.
As 14h desembarcamos em Careaçu e seguimos rumo ao colégio onde ele vota para depois voltar ainda no mesmo dia para São Paulo onde ambos trabalhamos na segunda.

Lá eu vivenciei algo que para mim eram contos da carochinha.
Jamais imaginei como esta questão do voto fosse tão forte nas cidades do interior.
Ali percebi o porquê de o meu querido ir votar lá. Do peso que tem o voto dele.

Lá cada voto é galgado palmo a palmo e as pessoas realmente negociam seus votos.
...não vi nenhuma negociata, mas percebi em cada esquina um grupo formado pra coibir a compra de votos.
Eles ficam agrupados nas esquinas e vigiando uns aos outros.
Os moradores vão todos para a praça, e o assunto do dia é a eleição.
Não vi conscientização de voto ali mas percebi o prazer que eles sentem em exercitar o direito ao voto.
Não vou falar de exercício da democracia pois penso que seria utópico mas eles não abrem mão do seu voto como vejo aqui em São Paulo.
Conscientes ou não, eles querem votar.
Enquanto vejo aqui em São Paulo pessoas não querendo se deslocar dentro da própria cidade para votar, lá eles andam horas pra chegar até o local do voto.
...o meu próprio namorado é um exemplo disto, nós passamos ontem 10horas, entre ida e vinda, dentro de um ônibus por ele não abrir mão de escolher os deputados de sua região. Ele não mora lá, mas é pra lá que ele quer voltar e pensando nisto segue depositando seu voto na urna de Careaçu.
Não abre mão disto.

Se em Careaçu eu percebi esta questão de não saberem ao certo, como eu, toda a questão do que cada um faz depois de eleito e o peso que seu voto tem dentro de uma legenda; em São Paulo percebo o desrespeito com o qual as pessoas tratam seu voto.
O povo daqui vota com raiva de ter de ir às urnas.
Cidade grande demais, o povo vota em quem não conhece e jamais saberá o que aconteceu depois.
Esta coisa toda faz com que a grande massa (não falo do povo como um todo mas da massa inconsciente) faz com que as pessoas votem em branco ou não votem preferindo justificar a ausência.
Eles tiram de suas contas a responsabilidade da escolha, covardemente se recusam a opinar e não pensam que se todos fizessem assim toda a luta pelas “Diretas Já” é jogada no ralo...

...descobri ontem que mais do que qualquer divergência partidária é esta coisa ai que mexe com meu fígado.O que mexe com meu estomago é ver o povo votando em pessoas que não representam seus interesses.
Não me importa qual seu voto, se ele não é o meu. Mas me incomoda que você não saiba o que a pessoa em quem você vota representa.

...Toda classe merece ter seu representante.

Se você é Rico e é daqueles que acham que quem tem deve ter cada vez mais e que quem tem menos não deve ter chances de mudar este quadro então é licito que você vote em alguém que tenha seu perfil.

Se você acha que migalhas devem ser dadas as maiorias enquanto as minorias esbanjam o patrimônio que é da Nação então é lícito que você vote em candidatos que representam estas minorias.
Não posso me calar quando vejo alguém pobre como eu, que luta todos os dias para ter acesso a educação que me foi negada na idade própria, educação esta que pode mudar a qualidade de vida de grandes maiorias, uma pessoa que vive a minha realidade não pode entregar seu voto para quem milita outra causa, sem saber o que está fazendo.

Não me importa se você é contra ou a favor do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, mas me importa que as pessoas devem ser representadas em seus Direitos e para tanto precisam saber que há quem as represente.

Não me importa que você vote no candidato que é o oposto de tudo que eu penso mas me importa que você saiba o que está fazendo.

Alguns acham que eu sou uma Ditadora pela maneira que exponho minhas idéias.
A estes eu respondo da seguinte maneira:
“Eu exijo das pessoas que me rodeiam que elas exercitem o direito que tem de pensar. Não me importa que pensem diferente de mim, mas me importa que elas pensem e manifestem seu pensamento.
Defendam suas opiniões. Não me importa saber qual é o seu voto mas me importa que você saiba qual é seu próprio voto.”

Quando a vaga ao senado é disputada de maneira tão acirrada por personagens tão diferentes eu me preocupo.
Me preocupa que a massa analfabeta, (assim como eu me declaro analfabeta politicamente)tem força nas urnas e desconhece seu poder de mudança.
Simpatia, carisma e ações sociais feitas de maneira isolada não podem significar que uma pessoa é politizada o suficiente para ser um Senador.
Mas como podemos saber disto se nem sabemos quem somos?

Enfim, minha mente precisa responder aos apelos do meu coração.

Assim que eu concluir meu Curso de Secretariado vou investir em conhecimento político não partidário a fim de formar um grupo de pessoas que assim como eu não suportam mais o grito da ignorância que é dado nas urnas.
Um grito que é meu também e que eu não suporto mais ouvir.

...hoje é só uma idéia. Amanhã pode ser muito de mim, todos os dias.

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