terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Rei nos Invejará.

Quando a lua chegar, modesta,
Imploro que tu venha e alise todo o meu corpo,
Despreza a falta do sol, deixa a noite nos acariciar.
Toca meu rosto,
meus cabelos,
minha pele.
Arrasta-se sobre mim com calma.
Esfrega teu rosto em meu pescoço,
perca teus olhos no meu corpo nu.
Sussurras baixinho,
palavras que conduzem por caminhos de perdição.
O silêncio e a noite irão devorar minha pele,
tua pele na minha irá esconder-se.

Deixa meus carinhos te enfeitiçar,
Implora por minha língua,
deixa que ela te leve pelo chão prateado.
Deixa minha boca e minha sede te bebericar,
deixa meu desespero achar pouso em ti.
Quando perceberes meu corpo molhado,
seca-me, tateando-me com sua língua.
Vira-me do avesso, me prende em tua cela, carrega-me por onde quiseres.

Quando estiveres bem cansado de amar-me,
cansa-te mais, amando-me de novo.
Ama-me até que tomemos enfado um do outro, até que largados e vencidos possamos dormir.
Deixa todo seu cansaço sobre mim, amansa teus músculos pousando no meu corpo, deixa tua boca dormir em meu seio.

Quando o dia chegar há de nos encontrar vencidos, derrotados, devorados por este amor.
O sol irá rir-se e com seu fogo nos acordará.
A manhã irá nos cobrir com seu manto,
nossa nudez não será vergonhosa.
O astro, que nos rouba a noite,
encantado com nosso furor; calor maior que o dele;
rápido, nos devolverá a penumbra.

No meio da noite, por trás da lua, o sol virá para nos espiar.
Na relva, luz maior que a do Sol, enfim ele se curvará.
Desde então o Rei, cobrirá o rosto, todas as vezes que meu corpo pedir o teu.

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