quarta-feira, 28 de março de 2012

E se ?

(Este texto é mais um dos rabiscos de outono)


E se?
Se um dia, loucos e vadios, desistirmos da postura séria e dos compromissos éticos e assim, desnudos de aparências nos jogarmos na boca, um do outro?
Este envolvimento não terá nome.
Não terá nome, mas terá hora.
Horas de esquecimento físico, totalmente entregues ao sabor dos nossos corpos, e de alguns versos, que diremos rindo, bêbados de poesia.
Ah, se perdermos o chão, e jogarmos longe toda prosa, ficarmos só eu e você, no tato, descobrindo o que não se pode ver?
E ai? Que importância fará?
Não muda nada.
O céu continuará sendo céu, a serra continuará sendo serra, a vida pra ganhar custará tanto quanto antes.
Em um tapa aos bons costumes não fará importância alguma se não ligares no dia seguinte, e não será preciso explicar nada, só será necessário grudar sua pele lisa no meu rosto e pedir de novo o que já te dei noutro dia.
Só vinho, musica poesia e sexo.
E sem nenhum problema em ser assim.
Se perdermos a compostura, e brincarmos algumas horas de não sermos ninguém?
Sermos bichos, sermos personagens, sermos crianças sem nome.
Minha coxa lisa em seus cabelos desalinhados.
Sua boca úmida em minha pele quente.
Minha boca quente em sua pele úmida.
Compasso, ritmo, risos.
Sem nomes, sem rótulos.
...e se?
Se, seria.
Se, faria.
Se, daria.
Se...



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