terça-feira, 14 de outubro de 2008

Cont Ato.

A pele.
O cheiro.
O riso.
A cumplicidade no olhar,
nas palavras.
O tênue fio que nos separa.
A linha, a divisória.
O instante que a ultrapassamos.
O momento exato que o contato passou a ser tato.

Tateamos mutuamente nosso corpo.
Tateamos com o olhar.
Tateamos com o olfato.
Depois com as mãos.
Por fim com a língua.

Nos encontramos um no outro.
Nos abrigamos um no outro.

Não somos mais um ou outro.

Somos nós.
Fincados,
atados,
entrelaçados.
Lambuzados.

Somos dois,
Mas sabemos a hora,
(E só nos sabemos)
Em que procuramos por nós dentro do outro.
E encontramos.

...me encontro no meio de ti, no centro de ti, na sua boca.
...você se descobre no meio de mim, no centro de mim, na minha boca.

...e nada mais importa.
Só seu corpo em mim. Assim.
Só o Tato.
O contato.
O ato.

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