terça-feira, 16 de setembro de 2008

Devora-me.

Devora-me a tua boca, toda ela.
Se perca em meu corpo, nele inteiro, e assim inteiro perdido, encontre-se no meu desejo, desejo crescente em mim.
Sem pressa, sem medo, deixa eu sentir tua textura na ponta da língua. Deixa que eu desfaleça nos teus braços, devorada por teu desejo, embriagada por teu contato, envolvida por seu cheiro e o seu gosto em mim.

Deixa que eu me perca no teu olhar, no teu sorriso, sem ontem, hoje ou amanhã.
Só importa este agora desmedido e incontido, só importa este agora em que nos perdemos.
Deixa eu te sentir,
no dente, na pele, na unha, no gosto, no cheiro,
sem tempo, sem rótulos, sem marcas, sem restrições.
deixa que o depois se perca, e que nunca o encontremos
que o agora seja tudo e o depois uma mentira.

Que importa os nomes? Os endereços?
Que importa todo o resto se tua boca me devora?
Que importa os caminhos, os minutos, o relógio a distância?
Que importa um ontem inexistente, um amanhã incompleto se o agora nos bastar?

Que importa todo o resto e todo o mundo se a tua boca me devora?
Devora-me.
Com tempo e sem paciência.
Com insistência e sem receio.
Com gosto, com força, com jeito.
Devora-me até que eu me perca completamente,
Sem destino, sem caminho, sem meios, só encontrada em ti.
No meio de ti.

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