sexta-feira, 20 de julho de 2012

Bom dia.




Estou pouco me lixando pro seu conceito do que é política. O meu é este.
Consciência. Dignidade. Comprometimento ao menos com a própria consciência.
Não sou filiada a nenhum partido politico. Ainda não sei em quem vou votar. Ah, e devo avisar que não pretendo me filiar a nenhum. Mas não vendo minha consciência.
Não calo a única coisa de realmente minha, eu, que nada tenho de meu.
Só tenho minha voz, e às vezes nem isto.

Estou com nojo e vergonha de ser paulista. Não pela minha São Paulo, mas pelo que se vê pelas ruas.
Não tenho nojo da sujeira, nem das pessoas que vagam, tenho nojo do que tem sido feito pra esconder isto.

Desesperança.

Ler "Paixão Pagu"(edt Agir) fez-me lembrar de meu Pai.
A decepção dela lembrou-me o semblante de meu Pai quando voltou de CUBA.
O sonho dele era conhecer Cuba.

Conseguiu isto através de sua doença. 80% do corpo tomado pela psoríase. A tia pagou a viagem para tratar, em 1998.
Quando voltou a decepção era latente.
Nunca mais ouvi ele falando de Cuba.

"Então a revolução se fez para isto" (pergunta feita por Pagu na página 150 do livro que é sua autobiografia precoce) é a pergunta que eu via nos olhos de meu pai.
É a pergunta que eu me faço sempre.
Esta coisa de largar tudo pela causa. Virar mito, e no entanto, a decepção, profunda.

Enfim...eu ainda acredito na transformação.
Acredito no poder que o conhecimento dá a uma pessoa.
Poder de escolha, que muitos não tem.
O direito a educação de qualidade, que ultrapasse os limites culturais, direito a oportunidade. Acredito apenas nisto.
Acredito que apenas ensinar a pescar é ridículo se você não der o acesso ao lago, ao rio, ao mar. SE não der também a primeira vara, a primeira rede.
Ensine alguém a pescar e lhe dê o deserto. Me diga que peixe esta criatura irá pegar???

Enfim, isto tudo ai é um bom dia.
Desculpe o mal jeito. Eu nem acordei ainda.

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