terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Sashimis, paredes lilás e teus olhos.


Quando criança respondíamos aqueles caderninhos com perguntas que passavam por todos na sala de aula e perguntavam do que gostávamos.
Sempre achei que a real intenção era descobrir quem gostava de quem na sala de aula. Aliás ainda acho.
O fato é que com o tempo percebi que um bocado de resposta que dei naquela época não condizia com a verdade.
Era mais uma vontade de que fosse verdade. Gostava do rosa porque o rosa é bonito...mas nunca escolhi nada rosa para minha vida. No fim sempre escolhi o azul. O lilás. Até o amarelo. Mas nunca o rosa. Acho até que detesto o rosa.
Naquela época eu jamais diria que gostava de peixe cru. Até por não haver provado. Mas principalmente para que nenhuma criança ficasse com nojo de mim.
Hoje sei que gosto de sashimi.
Não, não gosto de comida japonesa. Só do sashimi de salmão e do Sushi Califórnia. Só de pensar a boca fica cheia de água.
Adoro salada. Bacias de salada temperada com limão e azeite.
Descobri que só gosto de feijão feito no dia. Fresquinho.
Requentar feijão, jamais.
Ou seja descobri que sou um ser "fresco", nojenta, insuportável. Odiei isto.
O que me salva é meu prato favorito, algo bem acessível: arroz, feijão, salada de tomate com cebola e ovo frito.
Ovos. Amo. Omelete, cozido, frito, mexido.
Pode convidar-me para almoçar em sua casa pois como praticamente de tudo.
Adoro comida mineira. Mas é que o famigerado peixe cru foi um segredo que guardei por muitos anos.
Agora é moda.

Quando o assunto era roupa as respostas não podiam ser mais mentirosas.
Primeiro por eu não ter nenhum item que dizia gostar. Segundo por não querer ter.
Descobri que prefiro sentir-me confortável do que bonita e que se beleza é fundamental me dei mal.
Roupa para mim não pode ficar caindo, pegando, enroscando. Sapato alto é lindo, mas...só de vez em nunca.
Cabelo? Só não raspei para não chocar a sociedade. Simplesmente não sei o que fazer com os meus. Não gosto alisados quimicamente e , confesso, não gosto do jeito que nasci. Sou obrigada a mentir? Dizer que acho lindo? Mentira! Detesto! Acho eles horrorosos. Mas prometi que este ano vou deixar crescer crespo mesmo. Deus me ajude.
Amor? Amor eu gosto se for leve. Gosto de dar colo mas também gosto de receber colo.
Este negócio de ser dona de casa meio mãe do cabra não é comigo. Se for para rolar troca de papeis prefiro ser a filha. Quero carinho, cuidado.
Sou forte da porta para fora, dentro de casa sou uma criança. Mereço isto e me dou isto.
Pois é...tudo bem diferente do que o último caderninho que respondi no colegial.
Entre sashimis, paredes lilás e teus olhos, hoje sou feliz.
Mesmo sem saber, achei o caminho certo.

Um comentário:

Izabele Simil disse...

Acho ótimo se descobrir! Estou meio que nesse processo, rs
Beijos!

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