terça-feira, 12 de maio de 2009

Sobre a ótica das coisas...e dos seres.

Planejava escrever outra coisa, tenho um texto que está se formando dentro de mim há dias, e só não tive tempo ainda de dar corpo a ele...
Mas a recente descrição que minha filha fez de mim,
me fez escrever compulsivamente enquanto digeria uma insônia pós-feriado.

Confabulávamos eu e ela, lá pelas tantas da noite.
Ela cobrando de mim a certeza de que vou ganhar na mega-sena,
Eu, por minha vez, tentando convencê-la da velha ladainha que dinheiro não é tudo. (Pior é que acredito mesmo nesta ladainha).

Embasada em minha profunda vontade de convencê-la disto,
contei a ela que existe um ditado popular que diz mais ou menos assim: “Sorte no jogo, azar no amor”, ou vice-versa.
Diante de tal e fatídico carma, eu sem dúvida alguma optava por ter sorte no amor.
Vai que jogo na mega-sena, ganho e me declaro infinitamente uma infeliz na arte de amar e ser amada.
...ela, na sua “deslavada” sinceridade me dispara a seguinte frase:

“Mas mãe, você já tem namorado!
E, se ele gosta de você assim:
Pobre,
com uma filha chata,
uma mãe nas costas,
uma cachorra gorda,
um gato que não acerta a areia,
imagina como ia ficar louco por você, se fosse rica!!!!”



Depois de rirmos como loucas as 2horas da manhã, tentei explica a ela que não era esta a questão:
É lógico que eu encontraria quem me amasse: Com dinheiro pra rasgar, podendo encher um pouco aqui, diminuir ali, ajeitar acolá,
Com tempo de sobra pra agregar cultura, conhecimento,
Viajar, conhecer gente e lugares diversos, é obvio e certo que me tornaria alguém bem mais interessante do sei que já sou, (sem falsas modéstias) e possivelmente fosse até mesmo amada de fato...
Mas, será que eu amaria???

...enfim, perdida ficamos nestas divagações todas, até altas horas,
Mas o fato concreto, o que ficou ecoando no meu cérebro até a hora de ir trabalhar foi a descrição que ela, logo ela, fez de mim:

Pobre, (e eu ainda achava que dava a ela mais do que tive!!!)
Com uma filha chata, (a danadinha sabe que é chata!!!)
Uma mãe nas costas (minha mãe ficaria horrorizada de ouvir isto!!!!)
Um cachorra gorda (a Pituca é obesa, precisa de cuidados, grunfffffff!!!!!)
E o tal gato que odeia a areia. (E o gato nem é meu, faço questão de frisar!!!!!).

Cruzes! Olhando assim, por esta ótica, me senti uma tia-avó, Detestável, Assexuada,
Noveleira, Enfadonha, Mal amada e ainda por cima cercada de bichos pulguentos!
Logo eu, que me sinto plena e absoluta, (apesar de não dirigir: segundo minha chefe mulher que não dirige não é plena e absoluta).

...pois é. Já havia mesmo descoberto, quando assisti “Sociedade dos Poetas Mortos” que tudo tem mais de um ponto de vista.

Eu hem!
Preferia ter ido dormir sem esta!!!!

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