segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ficar 'só no discurso' pode ser uma opção...ou não?

Complicado.
Dilemas da vida.
Não calar-se, gera problemas.
Calar-se, gera gastrite.

Todos sabem que sou apartidária.
Por escolha.
Ou por alergia.
E não é a alergia, desculpem-me, burra, de certa parte da população, que alega “detestar” política, e prefere abster-se de votar, ou pior, desconhecer os candidatos em quem vota.
Não.
Minha alergia tem nome e sobrenome, é uma alergia “culta” e motivada.
Optar por não politizar-me foi algo que fiz, com muita dificuldade, ainda no ensino (hoje chamado) médio.
Por motivos familiares e particulares.

Tentar fazer parte da mudança social pode estar diretamente ligado a não acompanhar as mudanças que acontecem dentro de sua própria casa.
Desde muito cedo decidi que seria partidária de uma causa ou criaria um filho.
Engravidei muito jovem, aí não teve jeito: A natureza resolveu por mim.
Mesmo assim esta coisa de questionar, de não ‘ir na onda’ da mídia, te ter opinião e não ficar em cima do muro quando sua opinião diverge da maioria, e principalmente, diverge do divulgado pela imprenssa, gera problemas.
Quando eu menos via já era líder de gincana, depois de sala e por fim juvenil.
Daí para entrar nos problemas do bairro é um pulo.
Daí para perceber a necessidade que todos os segmentos têm de seus “mártires” é outro pulo.
Tenho dezenas de centenas de motivos para não seguir os exemplos que vi em casa.
Ou melhor, exemplos que fizeram com que eu não tivesse um lar.
Meu pai sempre foi militante de diversas causas.
Só esqueceu a causa própria.
Hoje aos 70 e tantos anos sei que se arrependeu.
Em minha opinião a primeira causa que deve ser lembrada é a causa familiar.
Não estou falando de interesses mesquinhos que levam pessoas a ‘mamarem’ nas tetas do governo.
Estou falando de amar a si próprio para só depois ser capaz de “amar aos outros como a si mesmo”.

Enfim. Por estas e outras ando roendo uma corda ultimamente.
Com o “... eu todos os dias” e os meus gritos, acabo por atrair olhares de colegas militantes.
Quem me conhece quase me esmurra ao dizer:
- Mas você não pode ficar só no discurso! Diz o ex-colega do colégio, atual militante de meu bairro, filiado e candidato na ultima eleição a Deputado Estadual.
- E se ficar só no discurso for uma opção, pensada, analisada e escolhida? E se ficar só no discurso for minha escolha?Respondo, ‘na lata’.

O amigo, de um partido no qual deito meu olhar nas ultimas eleições, responde, também na ‘lata’ sem dó:
- O problema Klas, é que ficar só no discurso não combina com você.
Arghhhh”
Que ódio que eu tenho destes colegas do ensino médio!
Grunf!
Isto lá é jeito de cutucar a onça? Com vara curta?
Cutucou, e fez-me ficar ruminando o fim de semana inteirinho...
Afinal, haverá um meio termo?
Manifestar-se é um passo, mas deve ser apenas o primeiro de outros que inevitavelmente terei de dar?
Não sei, não sei...”

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