terça-feira, 19 de agosto de 2008

21/08. Um bom dia pra recomeçar a olhar o Luar.

Acabo de ler um dos excelentes textos da Vivi... Inclusive, anote ai, vale muito passear por lá http://preteritopassado.blogspot.com/,

Amanheci com aquela dor bestial que sentimos no fim... mesmo quando sabemos que o fim era a única atitude digna a ser tomada.

Aquela coisa ridícula de lembrar que era pra ser “até que a morte os separe.”

E ai você descobre que pra continuar aquilo teria mesmo que morrer.

E até se finge de morta.
Mas só dá certo por um tempo.
Depois desconfia que se já está morta mesmo, então pode por fim naquela brincadeira de mal gosto, onde só os outros estão bem felizes por vocês não entrarem para as estatísticas do divórcio. Divórcio este que já completou maioridade há um tempão, mas que ainda causa sensações diversas, das mais primárias.
Ouvi coisas das mais absurdas, todas no “bom intuito de preservar a família.”
Mas o que é família afinal?..Isto já é outra história... Outro texto que deixo pra outro dia...

Voltemos à dor bestial.
Chamo assim, pois é o cúmulo da “burrice” sentir dor quando é o certo, você sabe.

É o melhor,
o mais digno,
a saída mais honrosa,

Mas nem por isto dói menos.

Ai lembro que certa vez um querido, que tenho a ousadia de chamar de amigo, me lembrou que tudo passa. Absolutamente tudo na vida, passa. E esta lembrança não tira a dor, mas me permite senti-la sem culpa.
Vai passar também.
E se dói, é natural.

Dói arrancar espinho da carne.
Muitas vezes dói mais tirar, do que deixar lá.
Com o tempo a carne acostuma com aquele ser estranho e nem dói mais...
e é ai que mora o perigo...
acostumar-se com algo que não devia estar lá...mas está.
É feio, infecciona , nada produz, mas acostumamos a deixar lá...

Sempre tive muito medo de me acostumar com a vida, ao contrário de vive-la.
Me arrastar pela vida, ao invés de dançar com ela.
Eu já chamei a vida pra dançar comigo, há muito tempo.

Não acredito mais em uma porção de coisas que já acreditei um dia,
Mas ainda acredito que isto aqui tem de valer a pena.
Esta coisa que pulsa, e não é sangue, esta coisa que incendeia meu peito, esta coisa forte que sinto por dentro, na alma, isto tem de valer a pena...
Esta coisa chamada vida tem que valer a pena. Tem que valer o risco.
Mesmo que pra valer a pena, às vezes, tenha de doer.


Enfim....
Estava assim, com esta coisa estranha, que fica na garganta, na hora de consumar o adeus e li um texto, do blog que indico lá em cima, que me fez lembrar que nunca gostei de brincar de casinha.
Talvez seja esta a questão...
preciso brincar do que gosto.

Por hora, vou lembrar que dia 21 é também dia de tributo em homenagem aos 19 anos em memória de Raul...vou lembrar que vou poder sair em passeata como a adolescente que um dia não fui, vou poder sentar na praça, rir sem motivo, chorar se for preciso, sem dar explicações...Vou lembrar que já foi pago o preço que foi preciso pra garantir o que é meu por direito: Ser eu mesma.

Esse eu assim, meio louco, meio incerto, meio curioso, meio menina...Um eu assim, todo meio, pra poder ser inteiro, só eu.

Então olho pro céu, vejo aquela lua enorme (e que lua!!! alguém viu a lua hoje as 20h00?? Estarrecedora de tão linda!) me sinto forte, a dor quase some...fica a certeza de que mais uma vez, fiz o que devia ter feito. E ponto.

18/08/2008 – Segunda-feira. Segunda-feira de um luar apaixonante...

"Lua Bonita, se tú não fosses casada, pedia ao Nosso Senhor, pra contigo me casar!!!"

Um comentário:

Anônimo disse...

Não fui apresentada ao seu blog, mas deparei-me com ele, sem querer.
Parabéns!
Divórcio deve doer mesmo. Mas, como vc mesmo disse, é a decisão acertada. Por isso, enfrente-a. E viva Raul!

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