segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Tá tudo bem.

Ela voltou atrás e ligou pra ele.
Ela estava decidida a não voltar atrás.
Mas voltou.
Afinal ele era seu pai.
O dia anterior fora o dia dos pais e ela não fora vê-lo.
Acordou com gosto amargo na boca, gosto dos que não souberam esquecer.
Perdoar era forte demais, ela não se dava o direito de julgá-lo a ponto de perdoar ou não.
Mas não conseguira esquecer.
Ele sempre a fazia lembrar.

Mas então ela lembrou que ele também trazia no peito uma dor.
Lembrou também dos passeios a pé pelo Centro da cidade que ele lhe apresentou...
Dos bancos de praça que ele se sentava cheio de papeis pra analisar e lia pra ela seus sonhos no papel...
Lembrou que foi ele que levou seu olhar pro Teatro Municipal, pro Viaduto do Chá, como um guia turístico, mostrando cá e lá...
Era disto que ela lembrava mais e ele tinha de saber.

Pai, eu te amo. Pode não parecer mais eu te amo.
Silêncio do lado de lá...e então a resposta:
Ta bom. Tá tudo bem. Isto a gente conversar outra hora.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Lilica! escrever é um dom. Admiro muito quem escreve com tanto sentimento, tanto amor. Adoro seus textos e sempre passarei pra dar um olhadinha e aplaudir. Bjos...Aninha

Fernando Amaral disse...

Que ótima e agradável surpresa!!! Vou ler, com calma...

De qualquer forma, coragem boa. Vale.

Postagens populares